A PARÁBOLA DO SEMEADOR
Mt 13,1-23 – Evangelho de Quarta Feira, 21 de julho de 2010.
“Ele pode espalhar a semente que lhe foi confiada, mas não pode ordenar que ela cresça. Ele pode oferecer a palavra da verdade a um povo, mas não pode fazer as pessoas receberem a palavra e produzir fruto espiritual. Porque Produzir vida é uma prerrogativa soberana de Deus.”
Estamos diante de um capítulo marcado pelas parábolas do mestre que representa a forma eficaz da pedagogia de Jesus.
Com esta parábola aprendemos que o serviço do missionário é semelhante ao do semeador que lança a semente ou seja a palavra de Deus. Neste episódio Deus quer que a Sua palavra seja anunciada e exposta e que as pessoas estejam reunidas para ouvi-la. Pois ela descreve o que acontece no dia a dia das pessoas.
Por outro, assim como o semeador deve lançar a boa semente, assim o pregador. Ele precisa semear a pura Palavra de Deus e não as tradições da Igreja ou as doutrinas humanas. O pregador precisa ser diligente. Não pode poupar esforços. Precisa lançar mão de todos os meios possíveis para fazer o seu trabalho prosperar. Ele não pode deixar-se deter por dificuldades e desencorajamentos.
Ele pode espalhar a semente que lhe foi confiada, mas não pode ordenar que ela cresça. Ele pode oferecer a palavra da verdade a um povo, mas não pode fazer as pessoas receberem a palavra e produzir fruto espiritual. Porque Produzir vida é uma prerrogativa soberana de Deus.
O ensinamento do texto é uma advertência de que podemos refletir sobre um sermão com o coração endurecido, em que o sofrimento de JESUS pode ser exposto diante de você e você ouvir com total indiferença, como não se ouvisse nada!
Tão rápido as palavras chegam aos seus ouvidos e na mesma velocidade o diabo arranca de você e você volta para casa como se não tivesse ido a lugar algum.
O texto nos deixa duas verdades claras:
Primeira: Podemos ouvir a palavra de Deus com prazer, enquanto que a impressão produzida em nós é apenas temporária e de pouca duração.
Nosso coração, como o “solo rochoso” da parábola, pode produzir um mundo de sentimentos e boas resoluções. Porém, durante todo o tempo, pode não haver raízes profundas em nossa alma, de maneira que o primeiro vento frio de oposição ou tentação, pode fazer secar a nossa aparente religião.
E infelizmente há muitos ouvintes nessa classe! A mera apreciação a palavra de Deus não é sinal da presença da graça divina. Muitas pessoas são batizadas como os judeus nos dias de Ezequiel: “Você não passa de um divertimento para eles, como um cantor que canta belas canções de amor, ou como um músico que toca bem o seu instrumento. Ouvem o que você fala, mas não põem uma palavra em prática”. (Ez. 33.32).
Segunda verdade do texto: Podemos ouvir a palavra de Deus aprovando cada palavra, e, no entanto, não tirar dela qualquer benefício real.
Nosso coração tal como o solo recoberto de espinhos, pode se deixar afogar pelos cuidados e prazeres mundanos. Podemos realmente apreciar o evangelho e desejar obedece-lo, mas no entanto, insensivelmente, não dar qualquer oportunidade ao evangelho de produzir seu fruto sobre nós.
E infelizmente também existem muitos ouvintes dessa natureza! Eles conhecem bem a verdade. Esperam que um dia serão cristãos decididos. Porém, jamais chegam ao ponto de desistir de tudo por amor a Cristo. - Eles nunca tomam a decisão de “buscar em primeiro lugar o reino de Deus”, e por isso mesmo, acabam morrendo em seus pecados.
Esses são dois pontos que deveríamos pesar cuidadosamente. Nunca deveríamos esquecer que há várias maneiras de se ouvir a Palavra de Deus sem proveito.
Por outro lado o texto diz que os espinhos podem representar a fascinação das riquezas do mundo. O v. 22 diz que as preocupações desta vida e pelo dinheiro, sufocam a Palavra de Deus e ele trabalha cada vez menos para Deus.
Finalmente o texto nos ensina que só há uma evidência de que estamos ouvindo corretamente a palavra de deus: produzir frutos!
Arrependimento para com Deus, Fé no Senhor Jesus, Santidade de vida e caráter, Dedicação à oração, Humildade, Amor Cristão, Mente espiritual. Estas são as únicas provas satisfatórias de que a semente da Palavra de Deus está realizando o trabalho que lhe é próprio em nossas almas.
Sem tais provas, a nossa religião é vã, por melhor que tenha sido a nossa profissão de fé!
Não outro ensinamento nesta parábola que seja tão importante quanto esta! Nisto consiste o verdadeiro cristianismo: a vida religiosa que você diz amar, precisa dar fruto!
Portanto devemos nos indagar nesse momento: que efeito a palavra de deus está exercendo em mim?
Temos que estar convictos de que para chegar ao céu é preciso algo mais do vir à Igreja domingo após domingo. As palavras de Jesus em João 15.16 precisa estar ecoando sempre em nosso coração: eu vos designei para que vades e deis frutos.
Padre Bantu Mendonça K. Sayla